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Writer's pictureMaysa Mega Catarino

A busca pela (in)felicidade




Se você passar, pelo menos, dez minutos no Instagram, eu tenho certeza de que você encontrará diversas pessoas - desde profissionais da saúde e estética até confeiteiros e lojas - vencendo felicidade.


"Compre o copo da felicidade"

"Vem ser feliz com o Magazine Luiza"

"Faça meu curso e alcance a felicidade"


A verdade é que, atualmente, a felicidade se tornou um dos "produtos" mais buscados pelas pessoas, principalmente pelas gerações mais novas. Na maior parte do tempo, estamos procurando desesperadamente por algo que nos faça mais felizes, mais realizados, mais próximos da vida perfeita que tanto desejamos.


Particularmente, eu acredito que buscar pela felicidade não é algo errado, muito pelo contrário. Acredito que, quando feita da maneira correta, essa busca pode nos levar a importantes reflexões e grandes decisões, que podem mudar completamente a forma como vivemos.


Porém, tenho percebido (não só em meus pacientes, mas também em mim mesma) uma necessidade de felicidade a todo custo e a todo momento, uma felicidade utópica. É como se a felicidade fosse um ponto de chegada, um destino a ser alcançado.


Nós criamos essa concepção irreal de que a felicidade, ao ser conquistada, é consistente e constante. Nunca mais seremos tristes, nunca mais nos sentiremos frustrados. O famoso "felizes para sempre" dos contos de fadas. E é exatamente por isso que a felicidade tem sido tão difícil de ser encontrada.


A felicidade, na verdade, nunca foi um destino, mas sim um estado - algo que você está, não algo que você é.


Ao meu ver, felicidade não é a ausência da tristeza, mas sim a capacidade de conviver adequadamente com ela, em equilíbrio.


A felicidade não é rir o tempo todo - afinal, como disse o poeta: "rir de tudo é desespero" - e muito menos ter prazer o tempo todo. Aliás, acredito (e muitos estudos afirmam isso) que o prazer constante é o pior inimigo da felicidade.


Eu acredito que ser feliz é viver bem: é ter consciência de quem você é, das suas capacidades e objetivos; é conseguir gerenciar sua vida de maneira saudável; é ter amizades que te engrandecem e te tornam uma pessoa melhor. Ser feliz é saber aproveitar o processo ao invés de viver esperando pelo resultado.


Talvez seja por isso que, hoje, tantas pessoas se consideram infelizes. Ora, se você está sempre esperando por algo para ser feliz, vai ter pouquíssimas oportunidades de realmente sentir essa emoção.


Então, que tal, ao invés de buscar a felicidade, começarmos a criá-la?


Comece refletindo sobre as coisas que te fazem feliz, desde as mais simples (como tomar um café quentinho) até as mais complexas (como fazer grandes viagens). Registre todas essas coisas num pedaço de papel e, depois, selecione quais delas você pode inserir no seu dia a dia, para proporcionar momentos de felicidade. Para as mais complexas, faça um planejamento e coloque um prazo para realizá-las.


Não espere a felicidade chegar. Encontre-a no seu dia a dia, na sua realidade, nos momentos cotidianos que, muitas vezes, você deixa passar. Não espere o resultado, aprenda a curtir o processo.

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